sábado, 16 de janeiro de 2016

As Faces da Morte

Quando nasce,
É dada a luz à primeira morte.
Aquela que, em certeiro golpe,
vai lhe acertar com sua foice de sete palmos.


A “segunda morte”,
a não personificada.
O nada...
A ausência eterna...
Esquecimento...
Essa,
mesmo “morto primeiro”, não vou aceitar.
Assusta-me ser jogado ao infinito de “não ser”!

Assim,
sempre a mato
com histórias aumentadas
nas festas de família,
onde caem fácil no meu fabular!

Mato com os meus amigos,
que da minha loucura nunca esquecem.
Sou mentecapto nunca contido!

Acerto o presente que flutua pelo futuro,
com todas mentiras que contar!


Já a “terceira morte”,
A morte da vida, ao viver!

A “primeira morte” adiada,
pelo medo de fazer alguém que ama sofrer.

O morto que anda.
Zumbi,
não dos palmares.

O defunto que da cama e lençol,
faz seu caixão de panos pesados.
Enterrado na depressão de sete, loooongos, palmos.

Aquela que lhe tira o ouvir das palmas,
que os outros estão a bater!

A que não convida a alegria
para o teu funeral constante do dia a dia.
Velando, sem vela, a sombra do próprio corpo.

A “terceira”,
esta não se tem que matar.
É necessário chocar,
dar vida!

Assim o coração, que um dia, morto, somente bateu,
começa a cantar: - Pi....Pi....Pi....
Logo enxerga a felicidade no infeliz do beco.
E até “canta” as moças,
que lindas, e cheias de graça, passam em Ipanema.


                                                                                                     Maurício Lacerda Caldeira FIlho

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